Google está formando equipe para construir IA que simula o mundo físico

O Google Avança em Modelagem do Mundo Físico com Nova Equipe de Inteligência Artificial

O Google, por meio de sua divisão de pesquisa em inteligência artificial, o Google DeepMind, anunciou a formação de uma nova equipe destinada a desenvolver modelos de IA capazes de simular o mundo físico. A iniciativa reflete o crescente interesse da empresa em expandir os limites da IA generativa para aplicações em ambientes físicos e virtuais.

google simulação do mundo real

Google e sua Simulação do mundo real.

A equipe será liderada por Tim Brooks, ex-co-líder do projeto de geração de vídeo Sora, da OpenAI. Brooks ingressou no Google DeepMind em outubro de 2024 e compartilhou a novidade em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter), destacando os objetivos ambiciosos do projeto.

“A DeepMind tem planos ambiciosos para criar modelos generativos massivos que simulem o mundo”, afirmou Brooks. “Estou contratando para uma nova equipe com esta missão.”


Colaboração com Projetos Existentes: Gemini, Veo e Genie

A nova equipe não começará do zero. Segundo Brooks, ela se integrará às iniciativas existentes no Google DeepMind, como os projetos Gemini, Veo e Genie, para enfrentar desafios críticos e escalar os modelos para “os mais altos níveis de computação”.

  • Gemini: Uma das séries mais avançadas de modelos de IA do Google, projetada para análise de imagens e geração de texto.
  • Veo: Um modelo de IA especializado em geração de vídeos, usado para criar conteúdos visuais dinâmicos.
  • Genie: A abordagem do Google para simular ambientes interativos e jogos em 3D. O modelo mais recente, Genie 2, foi apresentado em dezembro de 2024 e demonstrou a capacidade de criar mundos 3D jogáveis em tempo real.

A colaboração entre essas equipes visa não apenas aprimorar a tecnologia existente, mas também explorar novos domínios, como entretenimento interativo, planejamento estratégico e simulação avançada para agentes robóticos.


O Papel dos Modelos de Mundo na IA

Os chamados modelos de mundo são um passo crucial para o desenvolvimento de inteligência geral artificial (AGI), definida como a capacidade de uma IA realizar qualquer tarefa que um ser humano possa executar. Esses sistemas têm aplicações amplas, como:

  1. Treinamento de robôs: Simulações precisas que permitem o aprendizado em ambientes controlados sem necessidade de testes físicos.
  2. Entretenimento: Criação de narrativas interativas e realistas para videogames e filmes.
  3. Raciocínio visual e simulação: Modelos que permitem analisar cenários complexos para pesquisas científicas e aplicações comerciais.

De acordo com descrições de vagas publicadas para a equipe, o objetivo é escalar o treinamento de IA em vídeo e dados multimodais, avançando ainda mais o potencial dos modelos generativos para diversos setores.


Controvérsias e Desafios Éticos

Embora os avanços tecnológicos sejam promissores, a iniciativa não está isenta de desafios éticos e práticos:

  1. Impacto no mercado de trabalho:
    Um estudo de 2024, encomendado pelo Animation Guild, estimou que mais de 100.000 empregos nos setores de cinema, televisão e animação nos Estados Unidos poderão ser impactados pela IA até 2026. Empresas como a Activision Blizzard já utilizam IA para reduzir custos e aumentar a produtividade, o que gerou demissões em massa.
  2. Questões de direitos autorais:
    Alguns modelos parecem ser treinados em clipes de gameplay e vídeos não licenciados, levantando preocupações legais. Embora o Google afirme que utiliza vídeos do YouTube em conformidade com os termos de serviço, a empresa não detalhou quais conteúdos específicos são usados no treinamento de seus modelos.
  3. Colaboração com criativos:
    Startups como a Odyssey, que também investem em modelos de mundo, prometeram trabalhar em parceria com profissionais criativos em vez de substituí-los. O posicionamento do Google em relação a essa abordagem ainda não está claro.

O Que Está em Jogo?

O investimento do Google em modelos de IA capazes de simular o mundo físico é um indicativo de como a empresa está mirando o futuro da tecnologia. Além de competir com startups emergentes como World Labs, Decart e Odyssey, o Google busca estabelecer sua liderança em áreas como robótica, entretenimento interativo e simulação científica.

Apesar das controvérsias, a formação dessa nova equipe é um passo significativo para o avanço da inteligência artificial em direção à AGI. O sucesso dessa iniciativa dependerá não apenas de seus avanços tecnológicos, mas também de como ela abordará questões éticas e de impacto social.


Fontes consultadas:

  • Publicação oficial no X por Tim Brooks.
  • Relatório do Animation Guild sobre o impacto da IA no mercado de trabalho.
  • Anúncio oficial do modelo Genie 2 pela DeepMind.
  • The Verge
  • Techcrunch

Palavras-chave: Google DeepMind, modelos de mundo, inteligência artificial, simulação física, Tim Brooks, Gemini, Veo, Genie 2, AGI, ética em IA.

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